Demanda de investidores de fora impulsiona preço de imóveis na capital paraibana

João Pessoa se destaca no mercado imobiliário brasileiro, com aumento de 18,25% nos preços residenciais nos últimos 12 meses, de acordo com o índice Fipezap. A expectativa é que a valorização continue entre 15% e 20% até 2025, impulsionada pela demanda de investidores de fora e novas regras urbanísticas.

O crescimento populacional da cidade, que subiu 15,3% nos últimos 12 anos, é um dos fatores que sustentam essa valorização. O Censo de 2022 do IBGE revelou que João Pessoa foi a capital que mais cresceu entre as 20 mais populosas do país. Esse movimento inclui profissionais em home office e aposentados em busca de qualidade de vida. Cerca de 60% a 70% das vendas de imóveis são destinadas a pessoas de outros estados, segundo especialistas do setor.

Os preços dos imóveis na capital permanecem competitivos frente a grandes centros. Apartamentos à beira-mar custam entre R$ 20 mil e R$ 25 mil o metro quadrado, enquanto imóveis de alto padrão chegam a custar até três vezes menos que em São Paulo. A escassez de terrenos na orla, que pode representar até 40% do Valor Geral de Vendas (VGV) de empreendimentos, também fortalece o mercado.

A dinâmica das vendas mudou, com incorporadoras comercializando 100% dos empreendimentos no dia do lançamento, muitas vezes sem maquetes físicas. Fintechs de financiamento, como a Makasí, já investiram R$ 110 milhões em projetos na cidade, apoiando construtores de pequeno e médio porte.

Os projetos mais comuns em João Pessoa são de médio padrão, com cerca de 80 unidades residenciais e crédito médio de R$ 15 milhões por empreendimento. Mais de 50% das vendas de imóveis de alto padrão são para compradores de outros estados, principalmente São Paulo e Brasília.

A cidade ainda se beneficia de infraestrutura consolidada, orla preservada e construção de resorts e parques temáticos, o que reforça o crescimento do mercado. Porém, desafios como trânsito intenso e alta na construção civil impactam o setor. Programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, continuam relevantes, com unidades entre R$ 250 mil e R$ 350 mil, atraindo principalmente jovens em busca do primeiro imóvel.

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